Antes eu queria mante-las muito bem trancadas. Acreditando que dessa maneira, eu estaria segura.
Agora vejo que só perdi tempo me torturando. E estou disposta a mudar esta situação.
Uma enxurrada de memorias esquecidas tem vindo a tona. Entre elas a de quando eu tinha uns 8 ou 9 anos. Naquela época eu vivia escrevendo tudo o que vinha a minha cabeça.
Lembro que detalhei num diário minha paixonite por um garoto da rua. Ele era alto, mais velho e colorido (cor de caramelo). O tipo que, fisicamente claro, me atrai até hoje!
Meu pai leu sobre o menino e, como qualquer pessoa ignorante faria, brigou comigo e despedaçou meu diário. Minha mãe ficou louca. Eles brigaram e eu parei de escrever.
Com quase 14 anos, passei a usar minhas agendas como diário. Toda a minha vida ficava exposta nelas. Desenvolvi uma serie de códigos secretos para barrar os intrometidos e curiosos. Não adiantou. Num belo dia uma dessas agendas, a mais importante de todas, caiu em mão erradas.
Mais papeis picados! E com eles lembranças preciosas, e algumas dolorosas, se perderam. E aos poucos desisti das agendas e destruí as que restaram. Por isso criei um blog. Na verdade criei vários, eu vivia perdendo eles por limite de espaço excedido.
E aí está o motivo de eu tanto me fechar para as pessoas. Elas se incomodam demais comigo e com o que eu penso. Ou escrevo.